Bom eu
não gosto disso, eu gosto de me sentir bem. Mas parece que o que me
conforta é o mal, é a melancolia de deitar a cabeça no
travesseiro, desligar a luz, fechar os olhos e focar em todos os
problemas, e até criando problemas que não existem apenas pra se
confortar no MAL. Certo, eu nunca tive expectativas boas, eu nunca
espero nada. E quando dá vontade de esperar? Ih. Aquela vontade de
aguardar alguém te elogiando pelo que tu fez sem querer, de alguem
te preparar uma xícara de café, ou te oferecer algo que tu gosta de
comer? De receber um abraço daqueles que tu não consegue respirar,
e fica pensando no porque ganha aquele mimo, mas não quer nunca que
acabe? E aí tu não recebe nada e fica deploravelmente triste, mas
é... as vezes fantasiar situações na nossa mente resulta em
decepções. Eu sou daquelas pessoas que aparentam frieza e secura.
Nunca
gostei de viver preocupada e desenterrando reclamações.
Não
sei se é certo dizer que eu estou cansada da vida. Não de viver...
mas da minha vida. O tempo passando sem fazer ruídos como
diria minha amada Doyoulike, e eu aqui nem se quer
abrindo a janela da alma. Parece que existem barreiras ocultas que me
impedem de sorrir. Eu estou cansada de viver dessa forma, mas não há
forças que me motivem a continuar correndo. Quando acabo sentando de
baixo do sol pra simplesmente deixar os pensamentos fluirem, eu penso
no quão curta a vida é, e o quão dificil é enxergá-la de outra
maneira se não o consumismo de coisas que não precisamos, da luta
eterna por um status que não vale esforços, por conquistas internas
que logo são subtituídas por outras. Só eu penso que podemos ser
felizes com pouco? Morar numa colônia onde os vales são verdes,
onde há lagos cristalinos, numa casa toda de madeira com muitas
janelas pra contemplar a natureza, comer, respirar, brincar com os
cachorros, fazer amor a luz do dia sem ter hora pra acordar.
Sou
vítima de uma sociedade capitalista que incentiva o alto custo de
tudo... Em Urano chove diamantes, a quantia de diamantes que chove
eternamente lá, acontecendo um dia aqui, será que faria o diamante
deixar de ser valioso? Claro que sim. (Pausa pois acabei de me
distrair e saí do assunto)
Acabei
de levar um susto da campainha, isso tirou toda minha concentração.
Coisas bugadas se destacam no meu dia hoje, que vai tudo de mal a
pior. Não é as coisas, é eu eu não me sinto bem. E ninguém
parece se importar então, fico escrevendo coisas que mudam de
assunto a cada parágrafo pra que, por ventura, alguém se interesse
num texto de alguém confuso e estranho, vulgo eu. Eu. Volto ao
centro do mundo, que sou eu. Tudo é voltado a mim, o mundo translata
ao meu redor. Mas coisas que me fazem bem somem de minha vista como
se eu tivesse uma retração. Não posso ser o pior ser do mundo...
Não é possível. Como há tormentos na minha cabeça, são
pensamentos gritantes que me tiram a sanidade, que me fazem eu fazer
uma auto-cobrança brusca de mim... Eu estou enlouquecendo a cada
dia, e a cada dia mais tento fugir do eterno tédio, da eterna
monotonia da vida. Eu preciso de dinheiro? Será que conseguir um
emprego me salvaria dessa insatisfação? Não posso ficar olhando
pro depois de amanhã, preciso do agora. Já. Me refugio contemplando
dos finais de semana onde encontro minha paz, que é o meu amor. Eu
amo o jeito que me transmite paz. Eu buscava a paz quando o
encontrei, e parei de buscá-la. Ele me deu novos caminhos, me tirou
da tormenta, sei que quero dividir minha vida com ele pra toda vida
que me resta.
Eu
tenho um refúgio... Chega de escrever que, se alguém leu até aqui
merece meu respeito, e bom, essa bagunça toda é apenas meus pensamentos viajando a muitos anos luz de distância daqui, apenas só, só apenas...